26 de janeiro de 2011 | By: Rita Seda Pinto

Papa João Paulo II












Papa João Paulo II

Rita Seda







Santa é a pessoa que viveu a sua fé e amor a Deus fazendo de sua vida um serviço de amor aos irmãos. Serve de modelo de vida e pode interceder a Deus por quem invocar sua ajuda.

Uma pessoa que marcou a história da Igreja no século XX e suas relações com o mundo foi o Papa João Paulo II. Por isso marcou a história da humanidade. Na primeira semana deste ano foi anunciada a sua beatificação, que ocorrerá a primeiro de maio de 2011. Quando falece, aos 84 anos, os jovens, que faziam vigília de oração e outras pessoas que lotavam a Praça do Vaticano, a 2 de abril 2005, gritavam a uma só voz:Santo súbito! Manifestavam o desejo que naquele momento já fosse reconhecido como santo quem o fora, de fato, em vida. Claro que para nós também já era e é. A Igreja, para declarar santa uma pessoa, é muito criteriosa. Há um longo caminho a percorrer, o processo só pode ter início após cinco anos da morte, há necessidade de testemunhas, documentos, comprovação de milagres. Um postulador é nomeado para coordenar o processo, até que, por decreto do Papa, seja considerado venerável, depois beato e por fim, santo. Ninguém vira santo depois que morre. E sabemos que existem no Céu muitos santos não canonizados... Quantos você e eu conhecemos! No caso de João Paulo II houve por bem abrir o processo logo após sua morte, já que sua santidade era tão amplamente reconhecida, que ocorreu essa manifestação assim que foi dada a notícia de seu falecimento. Quem viveu no seu tempo sabe o porquê. Na mocidade foi operário; até que perdeu a saúde foi atleta,artista, intelectual, e sabemos que viveu as agruras da segunda guerra com coragem excepcional. Exerceu o pontificado por 27 anos, nos quais se fez amar e admirar por católicos e não católicos. Cada visita a um país era uma verdadeira apoteose.Um dos fatos de sua vida que mais nos tocaram foi a visita que fez a quem atentou contra sua vida, levando-lhe o perdão.Gesto presente só em almas excepcionalmente generosas! O projétil que o atingiu está incrustado na coroa da Virgem, em Fátima, Portugal. Esse atentado provocou debilidade em sua saúde, antes tão forte, tendo sido submetido a diversas cirurgias. Nos últimos anos de sua vida foi acometido pelo mal de Alzeimer, minando de vez suas energias. Mesmo assim se apresentava diante das multidões com suas limitações humanas, com a mesma coragem e otimismo de quando esbanjava saúde. Poucos tem a humildade para fazer isso!

Nasceu em Wadowice, Polônia, a 18 de maio de 1920, tendo como pais Karol Wojtyla (era este também o seu nome) e Emília Kaczorowska, que faleceu quando ele tinha apenas 9 anos.Era conhecido em sua cidade pelo apelido Lolek.

Venerável Papa João Paulo II,rogai por nós!

Resgate: Meu filho, meu heroi!










Resgate:Meu filho, meu herói!

Rita Seda





Uma distinta dama atrás do volante de uma Pajero prata. Musiquinha ambiente, ninguém para dar palpite, mas, que pena! nem para conversar. Confiante, vai deixando para traz os últimos trechos da Fernão Dias para entrar na Paulicéia. Mudara-se para a capital, mais precisamente para a Vila Mariana, há pouco tempo. Diga-se de passagem que nunca entrara dirigindo assim, tão sozinha, na grande metrópole. Mas coragem não lhe faltava. E a necessidade deu também um empurrãozinho... E lá ia ela, curtindo a musica dos anos 60. De repente surgiu um alerta:-Parece que nunca vi esta rua...Um segundo depois percebeu que estava na rota errada. Estava perdida em São Paulo! Por que ainda não inventaram o GPS? Bom, inventar, inventaram, desde a segunda guerra. Não estão ainda comercializando, né dona? Mas foi rodando, rodando pelo asfalto, já aterrorizada, quando, sem nem perceber, fez uma conversão errada e bem na frente de uns guardas de trânsito. Pensou: tô ferrada! E estava mesmo. Nessa hora já se instalara o pânico. Viu um casal de guardas mais adiante e resolveu parar e pedir ajuda. Muito delicado,com certeza porque percebeu a situação de ansiedade da motorista-este era um profissional que entendia de psicologia- foi perguntando onde ela desejava chegar e quando ouviu a resposta informou que ela estava muito longe de casa... Seu guarda, me ensina o caminho, suplicou. -Daqui não tem nem jeito, minha senhora!-Seu guarda, eu já fiquei perdida no Jardim da Luz quando era criança e vim passear com meus pais em São Paulo. EU TENHO TRAUMA, seu guarda! Chama um táxi para mim, pelamor de Deus!!!- Nisso a comunicação entre guardas se fez e ela ouviu aquela voz estridente do outro lado falando que uma Pajero prata estava cometendo infrações perigosas, verdadeiras loucuras. Ficassem alertas! Fez de conta que não ouviu e foi aí que se deu conta de chamar seu filho pelo celular para vir salvá-la. Foi tiro e queda. O guarda ainda perguntava para quê ela queria o táxi, quando, recuperando a calma, senhora de si, lhe disse: -Meu filho está vindo me socorrer. Desceu do carro e esperou junto dos guardas; acendeu um cigarrinho para descontrair e só chorou quando o filho chegou e a abraçou. - Enquanto enxugava as lágrimas para poder enxergar o trânsito, o guarda ainda a ouviu, pedindo ao rapaz para ir devagar para não perdê-lo de vista...Nesse dia ficou curada do trauma de infância! Santo remédio!

Moral:Trauma de infância só se cura com um drama de adulta!

Obs.Qualquer semelhança com pessoa da família é mera coincidência...
20 de janeiro de 2011 | By: Rita Seda Pinto

Mamãe e São Sebastião




Mamãe e São Sebastião

Rita Seda





Quando veio da Itália minha mãe era ainda adolescente. Mas trouxe na bagagem do seu coração a lembrança de muitas tradições de sua terra. Uma delas era a devoção aos santos italianos. Sebastião, Francisco, Antonio formam um trio de santos muito presentes nos nomes dos filhos e dos netos. Não será por simples acaso...

Lembro-me muito bem, ainda criança, caminhava com ela pela Rua da Ponte, entrava na Rua do Queima e parávamos logo no início, diante de uma capelinha minúscula, à beira da calçada. Não me lembro onde ela buscava a chave, mas abria a porta e entrávamos naquele lugar pequenino, que guardava no lugar de honra uma imagem de São Sebastião. Mamãe sempre levava flores, às vezes uma toalha nova com bico de crochê feito por ela e bordada a ponto de cruz pela Laurinha, a eximia bordadeira da família. Pegava seu terço e, fervorosamente, desfiava as contas no que, para mim, pareciam intermináveis ave-marias. Eu não entendia quase nada, mas notava em seu semblante certa aflição, a cada visita. Com o passar do tempo intuí que pedia a São Sebastião ajuda para seu irmão Sebastião –minha mãe tinha loucura pelos seus irmãos! Ainda mais que fazia questão de que os bordados das toalhas fossem feitos pela filha dele, a Laurinha. Nunca lhe perguntei, nem perguntei a ninguém. Apenas imaginação de quem presenciou.

Procurei conhecer a vida desse santo e tornei-me devota dele também. Eis aí um cristão autêntico, preferiu o martírio às honras de capitão do exército de um Imperador que cometia inumeráveis atrocidades contra os cristãos. Em Roma conheci a Catacumba de São Sebastião, se não me falha a memória ficava do lado direito da Via Ápia, enquanto outras se localizavam do outro lado.

Em Varginha, minha filha um dia chamou-me para ir à Igreja do Mártir. Eu entendi Marte! Associei a ET... Mas como existe o Campo de Marte em São Paulo, e porque era Missa, topei. Entrando na bela Igreja é que fui entender que era Mártir, o São Sebastião. Realmente, até pouco tempo, quando ela morava nessa cidade,ouvi muitas pessoas falando da Igreja do Mártir, pois assim é conhecida. Nós também temos a Capela de São Sebastião, cuja comunidade acaba de realizar sua festa. A capela está sendo reconstruída, para melhor atender aos fieis. A festa neste ano foi realizada com carinho especial em casa emprestada ( gesto lindo dos responsáveis pela E.E.Luiz Pinto de Almeida) e com o sacrifício trazido pela cheia do Sapucaí.O mais importante estava no coração do povo:o amor, respeito e devoção a Jesus de quem São Sebastião foi servo fiel. A antiga capelinha da Rua do Queima? Continua lá...provocando saudade!

4 de janeiro de 2011 | By: Rita Seda Pinto

Peras e marmelos

Com muito orgulho lhes apresento uma das minhas pereiras! Hummmmmm! Que delícia!



Peras e marmelos
Rita Seda

Foi na euforia de adquirir um pedacinho de terra que Ivon decidiu trazer umas mudas de pereira de Delfim Moreira. A pêra e o marmelo eram a riqueza de lá. A gente se muda mas quer levar algo consigo que faça lembrar a terra natal. No baú de meu pai vieram da Sardenha, mudas de parreira. Acontece com todos. Encontrei um dia desses com o amigo Massaro que trouxe mudas de cerejeiras do Japão. A alegria estava estampada em seu rosto! Tenho certeza que ele fará com que elas cresçam e floresçam assim como conseguiu papai. Mas as pereiras do Ivon se recusaram a produzir. Cresceram, transformaram-se em fortes árvores, onde aproveitei para colocar orquídeas e os mais variados pássaros fizeram ninhos. Mas peras, nenhuma! Certo dia o amigo Ditinho Nogueira foi até lá e disse ao Ivon que cortasse aquelas árvores e plantasse as mudas  que se dispôs a dar-lhe. Se não tinham se aclimatado em 30 anos, não se aclimatariam nunca. 
Ivon não estava disposto a cortar as pereiras trazidas de sua terra e que seu pai escolhera os lugares para plantar...O sentimento falou mais alto. No mínimo ficariam de recordação! Cortar, jamais! Um dia até permitiu que eu comandasse uma poda drástica em uma delas, fincamos pregos nos troncos, adubamos, mas de nada valeu.
Sempre interessada em viveiros, um dia encontrei umas pereiras que me pareceram jeitosas...Comprei duas e plantei, sem escolher muito a posição. Mas pelo tamanho da chácara, todas as plantas ficam perto de todas, essa é a verdade. Foi tempo de tomar porte e as duas começaram a florir. Foi apenas uma amostragem, como acontece com as plantas de primeira viagem. No segundo ano e no terceiro, as flores surgiam nas minhas e nas pereiras do Ivon e afinal, as peras também. Com uma diferença, porém: as velhas pereiras são de qualidade, são grandes, tem pedigree. Foi uma dessas, pesando quase um quilo que o Ivon certa vez acertou a careca do pai dele!Até hoje tem remorso quando lembra o acidente... O que é a natureza! Sem a polinização de uma espécie diferente nunca veríamos as peras duras de Delfim! Ou será que foi inveja das pereirinhas que plantei?Sei não!