Meditando Lucas 2
num dia de Natal...
Rita Seda
Vejo-Te viajando
dentro de uma arca
mais rica do que ouro:
o ventre de Maria.
Maria – antes cheia de graça
transborda, agora, da Graça!
Emprestam-Te por berço
a manjedoura.
A vaca e o burrinho, com seu hálito,
protegem-Te do frio...
Posso ver José, silente,
adorando-Te, Jesus Cristinho,
e ajudando Maria,
naquela estrebaria!
E os pastores chegando,
curiosos,
e depois, perplexos!
Os primeiros convidados...
Primeiros, também, a espalhar a “Boa Nova”!
Nas mãos, o leite,o queijo,
e com certeza, o pão.
Este, eu sei,não faltaria,
Belém não é a Casa do Pão?
Não consigo, Jesus Cristinho,
ver-Te chorando
como todas as crianças...
só rindo!
Obedecendo ao Pai,
olhos fixos na Mãe, cheia de graça,
no pai terreno,homem justo,
e nas visitas: pobres, marginalizados.
Uma parcela daqueles
a quem foras enviado.
Jesus simples!
Jesus ternura!
Jesus aceitação!
Jesus que sorri onde outros choram,
ajuda-me a viver Tua lição!
Blog de cronicas e poesias por Rita Seda Pinto.
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- Rita Seda Pinto
- Santa Rita do Sapucai, MG, Brazil
- Esposa, mãe, avó e bisavó. Sou muito família. Aprecio leitura e música. Gosto de ter amigos e conversar. Especialmente com Deus.
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Meditando Lucas 2
num dia de Natal...
Rita Seda
Vejo-Te viajando
dentro de uma arca
mais rica do que ouro:
o ventre de Maria.
Maria – antes cheia de graça
transborda, agora, da Graça!
Emprestam-Te por berço
a manjedoura.
A vaca e o burrinho, com seu hálito,
protegem-Te do frio...
Posso ver José, silente,
adorando-Te, Jesus Cristinho,
e ajudando Maria,
naquela estrebaria!
E os pastores chegando,
curiosos,
e depois, perplexos,
os primeiros convidados...
Primeiros, também, a espalhar a “Boa Nova”!
Nas mãos, o leite,o queijo,
e com certeza, o pão.
Este, eu sei,não faltaria,
Belém não é a Casa do Pão?
Não consigo, Jesus Cristinho,
ver-Te chorando
como todas as crianças...
só rindo!
Obedecendo ao Pai,
olhos fixos na Mãe, cheia de graça,
no pai terreno,homem justo,
e nas visitas: pobres, marginalizados.
Uma parcela daqueles
a quem foras enviado.
Jesus simples!
Jesus ternura!
Jesus aceitação!
Jesus que sorri onde outros choram,
ajuda-me a viver Tua lição!
num dia de Natal...
Rita Seda
Vejo-Te viajando
dentro de uma arca
mais rica do que ouro:
o ventre de Maria.
Maria – antes cheia de graça
transborda, agora, da Graça!
Emprestam-Te por berço
a manjedoura.
A vaca e o burrinho, com seu hálito,
protegem-Te do frio...
Posso ver José, silente,
adorando-Te, Jesus Cristinho,
e ajudando Maria,
naquela estrebaria!
E os pastores chegando,
curiosos,
e depois, perplexos,
os primeiros convidados...
Primeiros, também, a espalhar a “Boa Nova”!
Nas mãos, o leite,o queijo,
e com certeza, o pão.
Este, eu sei,não faltaria,
Belém não é a Casa do Pão?
Não consigo, Jesus Cristinho,
ver-Te chorando
como todas as crianças...
só rindo!
Obedecendo ao Pai,
olhos fixos na Mãe, cheia de graça,
no pai terreno,homem justo,
e nas visitas: pobres, marginalizados.
Uma parcela daqueles
a quem foras enviado.
Jesus simples!
Jesus ternura!
Jesus aceitação!
Jesus que sorri onde outros choram,
ajuda-me a viver Tua lição!
Essas crianças!
Essas crianças...
Rita Seda
Está pertinho o Natal. Enfeites nas lojas, Papai Noel todo prosa com seu Ô...Ô...Ô...para atrair a criançada. Graças a Deus que o triste tempo de criança ficar sem brinquedo no Natal acabou... Mande cartinha para o Papai Noel, é só escrever, endereçar o envelope e colocar no Correio! Os presentes aparecem... A TV deveria abolir aqueles filmes tristes em que a pobrezinha órfã morria congelada namorando vitrines! Ou alguém que ficava espreitando a árvore iluminada da casa rica e, de quebra, sentia o cheiro das guloseimas no ar, ficando só na vontade... Guardem os filmes como relíquias de um passado morto e enterrado! Mas não deixem de fora o aniversariante. Poucas crianças de hoje sabem distinguir o verdadeiro dono do Natal. E são em menor número, ainda, as que o procuram para dar-lhe o presente de seu amor, de sua gratidão, de seu reconhecimento. Criança é criança. Não pode entender as coisas que não lhes são ensinadas. É tão fácil dar-lhe a idéia do Natal utilizando, por exemplo, o presépio, partilhando com a criança cada peça, cada enfeite, cada imagem! Contar uma história de forma real, manuseando, brincando, cantando... Fazê-la esperar o dia próprio para colocar Jesus na manjedoura, rezar junto agradecendo os dons do ano que passou, pedindo bênçãos, tudo isso provoca encantamento. Quem não fica extasiado diante de um presépio? Natal é festa de ternura porque o Senhor vem para salvar-nos. Não esqueçamos o motivo primordial da comemoração. O Papa Leão Magno disse: “Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos! Não pode haver tristeza no dia em que nasceu a vida: uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa de eternidade”. O motivo dessa alegria é que um filho nos foi dado (Is 9,6), a bondade de Deus se manifestou (Tt 3,4 ), Deus nos falou por seu Filho (Hb1,2 ). Nós, adultos, devemos estar sempre lembrados do verdadeiro sentido dessa data especial e do nosso dever de incuti-lo em nossas crianças.”Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.Vinde, adoremos! A graça de Deus se manifeste em você e sua família! Feliz Natal, queridos irmãos! Vinde, adoremos!
Rita Seda
Está pertinho o Natal. Enfeites nas lojas, Papai Noel todo prosa com seu Ô...Ô...Ô...para atrair a criançada. Graças a Deus que o triste tempo de criança ficar sem brinquedo no Natal acabou... Mande cartinha para o Papai Noel, é só escrever, endereçar o envelope e colocar no Correio! Os presentes aparecem... A TV deveria abolir aqueles filmes tristes em que a pobrezinha órfã morria congelada namorando vitrines! Ou alguém que ficava espreitando a árvore iluminada da casa rica e, de quebra, sentia o cheiro das guloseimas no ar, ficando só na vontade... Guardem os filmes como relíquias de um passado morto e enterrado! Mas não deixem de fora o aniversariante. Poucas crianças de hoje sabem distinguir o verdadeiro dono do Natal. E são em menor número, ainda, as que o procuram para dar-lhe o presente de seu amor, de sua gratidão, de seu reconhecimento. Criança é criança. Não pode entender as coisas que não lhes são ensinadas. É tão fácil dar-lhe a idéia do Natal utilizando, por exemplo, o presépio, partilhando com a criança cada peça, cada enfeite, cada imagem! Contar uma história de forma real, manuseando, brincando, cantando... Fazê-la esperar o dia próprio para colocar Jesus na manjedoura, rezar junto agradecendo os dons do ano que passou, pedindo bênçãos, tudo isso provoca encantamento. Quem não fica extasiado diante de um presépio? Natal é festa de ternura porque o Senhor vem para salvar-nos. Não esqueçamos o motivo primordial da comemoração. O Papa Leão Magno disse: “Hoje, amados filhos, nasceu o nosso Salvador. Alegremo-nos! Não pode haver tristeza no dia em que nasceu a vida: uma vida que, dissipando o temor da morte, enche-nos de alegria com a promessa de eternidade”. O motivo dessa alegria é que um filho nos foi dado (Is 9,6), a bondade de Deus se manifestou (Tt 3,4 ), Deus nos falou por seu Filho (Hb1,2 ). Nós, adultos, devemos estar sempre lembrados do verdadeiro sentido dessa data especial e do nosso dever de incuti-lo em nossas crianças.”Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”.Vinde, adoremos! A graça de Deus se manifeste em você e sua família! Feliz Natal, queridos irmãos! Vinde, adoremos!
Noite de Natal
Noite de Natal
Rita Seda
Natal de Jesus, natal da humanidade...
Ser mãe, apesar das tribulações, tem suas compensações. Ter nos braços uma criaturinha que esteve escondidinha dentro da gente é a primeira delas. Um grande mistério tudo envolve, impossível entendê-lo. Principalmente no tempo em que tive meus filhos. Não existia pré-natal ainda, a gente consultava o médico obstetra porque já tínhamos certa noção de responsabilidade e queríamos saber o andamento da gestação. Acabava-se dando à luz pelas mãos de alguma irmã parteira e da inesquecível Filomena. Só se chamava o Dr.Edmundo se havia complicação no parto. No Hospital havia uma sala especial para partos, ainda não havia a maternidade separada. Recebia-se visitas, as mamães eram muito bem tratadas e nenhuma saía de lá antes de três dias. O bebê ficava no quarto da mãe, não havia berçário. Na força da fé em Deus, vencíamos.
Os métodos e aparelhagem da medicina evoluíram e hoje é possível que pessoas credenciadas assistam partos de entes queridos pela Internet do outro lado do planeta. Que avanço!
Imagino o tempo de minha mãe. Ter 15 filhos em casa, assistida por uma “curiosa” como chamavam as parteiras naquele tempo. Como fui a última, não sei dizer como era, só imagino!Mas Deus estava com ela. Minha mãe tinha uma fé que tudo superava. E as outras mães, claro que também se apegavam à fé.
Fico imaginando a Virgem Maria. Menina moça, viajando em cima de um animal, sabendo que carregava dentro de si o Filho de Deus... Ela foi amor, mansidão e aceitação. Não era o personagem principal, era a arca que o carregava. Era um coração repleto de perguntas. As dúvidas ela resolvera com o Anjo São Gabriel no momento da Anunciação, mas o mistério permanecia, só podia ir aceitando os fatos, o que fazia com amor de mãe e de quem estava em Deus. José foi o valioso apoio em todos os momentos. Os dois eram os responsáveis pelo Menino. Tenho grande admiração por esse casal que Deus escolheu para tal tarefa. José, o Homem Justo, no dizer da Bíblia e Maria, a Virgem Pura que foi preparada para trazer ao mundo o Salvador. Tornou-se Mãe da humanidade aos pés da cruz. Seus cuidados por nós já existiam nela, pois nas Bodas de Caná, com jeitinho materno, levou Jesus a realizar o seu primeiro milagre em favor dos noivos que não tinham mais vinho para oferecer aos convidados. Por isso lembro a quem me lê:”Peça à Mãe que o Filho atende!” Sagrada Família de Nazaré! És o centro do presépio e estás no centro do mundo para dar exemplo às nossas famílias!
Rita Seda
Natal de Jesus, natal da humanidade...
Ser mãe, apesar das tribulações, tem suas compensações. Ter nos braços uma criaturinha que esteve escondidinha dentro da gente é a primeira delas. Um grande mistério tudo envolve, impossível entendê-lo. Principalmente no tempo em que tive meus filhos. Não existia pré-natal ainda, a gente consultava o médico obstetra porque já tínhamos certa noção de responsabilidade e queríamos saber o andamento da gestação. Acabava-se dando à luz pelas mãos de alguma irmã parteira e da inesquecível Filomena. Só se chamava o Dr.Edmundo se havia complicação no parto. No Hospital havia uma sala especial para partos, ainda não havia a maternidade separada. Recebia-se visitas, as mamães eram muito bem tratadas e nenhuma saía de lá antes de três dias. O bebê ficava no quarto da mãe, não havia berçário. Na força da fé em Deus, vencíamos.
Os métodos e aparelhagem da medicina evoluíram e hoje é possível que pessoas credenciadas assistam partos de entes queridos pela Internet do outro lado do planeta. Que avanço!
Imagino o tempo de minha mãe. Ter 15 filhos em casa, assistida por uma “curiosa” como chamavam as parteiras naquele tempo. Como fui a última, não sei dizer como era, só imagino!Mas Deus estava com ela. Minha mãe tinha uma fé que tudo superava. E as outras mães, claro que também se apegavam à fé.
Fico imaginando a Virgem Maria. Menina moça, viajando em cima de um animal, sabendo que carregava dentro de si o Filho de Deus... Ela foi amor, mansidão e aceitação. Não era o personagem principal, era a arca que o carregava. Era um coração repleto de perguntas. As dúvidas ela resolvera com o Anjo São Gabriel no momento da Anunciação, mas o mistério permanecia, só podia ir aceitando os fatos, o que fazia com amor de mãe e de quem estava em Deus. José foi o valioso apoio em todos os momentos. Os dois eram os responsáveis pelo Menino. Tenho grande admiração por esse casal que Deus escolheu para tal tarefa. José, o Homem Justo, no dizer da Bíblia e Maria, a Virgem Pura que foi preparada para trazer ao mundo o Salvador. Tornou-se Mãe da humanidade aos pés da cruz. Seus cuidados por nós já existiam nela, pois nas Bodas de Caná, com jeitinho materno, levou Jesus a realizar o seu primeiro milagre em favor dos noivos que não tinham mais vinho para oferecer aos convidados. Por isso lembro a quem me lê:”Peça à Mãe que o Filho atende!” Sagrada Família de Nazaré! És o centro do presépio e estás no centro do mundo para dar exemplo às nossas famílias!
Você conheceu Dona Pepa?
Você conheceu Dona Pepa?
Rita Seda
Era minha mãe. Seu apelido vem de Giuseppa, seu nome italiano. Às vezes fico indignada com o tratamento que deram aos imigrantes quando chegaram ao Brasil, para dar duro nos cafezais, substituindo a mão de obra escrava. A começar pelo nome. O lindo nome de minha mãe: Giuseppa Grazzia Francesca Patta ficou reduzido a Josefa Pata. Com certeza vieram com o sonho de ganhar terras, ou comprá-las para pagar com o lucro de seu trabalho, sei lá, mas foram encaminhados para as fazendas sem nenhuma regalia a não ser formar lavouras para fazendeiros ficarem ainda mais ricos. Tem que ter tido alguma promessa, pois a família de minha mãe tinha um sítio, deixou tudo para imigrar. Tenho muitas dúvidas quanto a isso... A maior virtude que coloco em minha mãe é a fortaleza. Ter 15 filhos, levar comida na roça para meu pai, preocupar-se com a educação dos filhos e sua formação, a ponto de tratar com um mestre de obras para empregar um dos meus irmãos que não queria nada com a dureza e arcar com o seu salário, passado, na surdina, a quem iria pagá-lo? Só uma mãe muito bem intencionada faz isso!Além dos trabalhos da casa ela plantava uma horta para ter verduras fresquinhas e alimentar bem a família. Era carinhosa, mas exigente com os filhos, encaminhando-os para o estudo, trabalho e religião. Dessa virtude exigente veio a pecha de que era muito brava. Tinha que ser, né? Parir 15 filhos, criar 13, sem ajudante que não fossem os filhos mais crescidos, faz qualquer pessoa brava... Mas o seu coração era sensivel demais. Podia ser exigente, mas sabia agradar e curar, cuidar, alimentar, não só os de casa, mas os amigos também. Quantas vezes fiquei doente e ela me cuidou, como também cuidou de muitos netos.Lembro-me de seu desespero quando um neto caiu e quebrou um braço, em sua casa. Tinha uma formação religiosa profunda e não descansava com os filhos e netos enquanto não soubessem recitar as orações mais simples e a Salve Rainha. Essa era a sua predileta. Quando mais velha, já aos meus cuidados, se ficava doente, tornava-se mansa que nem um cordeirinho. Quando começava a fazer exigências e reclamações, eu me queixava a um dos irmãos, que me consolava dizendo: “Que bom, está sarando!”E era verdade. Ninguém conseguia segurá-la no leito quando já estava boa. Tinha em seu quarto latas de biscoitos e balas para distribuir aos netos e visitas, além de alguns trocados para dar a quem estivesse precisando, principalmente aos mendigos. Todos os descendentes se lembram sempre de sua braveza e apelidam alguns que puxam à ela de Pepinha (são sempre do sexo feminino), mas se esquecem de dizer também que era justa na sua braveza e tinha o coração do tamanho da necessidade de quem precisasse dela. E como isso era edificante! Morreu às seis horas da tarde, recitando comigo as Ave Marias e Salve Rainha.
Rita Seda
Era minha mãe. Seu apelido vem de Giuseppa, seu nome italiano. Às vezes fico indignada com o tratamento que deram aos imigrantes quando chegaram ao Brasil, para dar duro nos cafezais, substituindo a mão de obra escrava. A começar pelo nome. O lindo nome de minha mãe: Giuseppa Grazzia Francesca Patta ficou reduzido a Josefa Pata. Com certeza vieram com o sonho de ganhar terras, ou comprá-las para pagar com o lucro de seu trabalho, sei lá, mas foram encaminhados para as fazendas sem nenhuma regalia a não ser formar lavouras para fazendeiros ficarem ainda mais ricos. Tem que ter tido alguma promessa, pois a família de minha mãe tinha um sítio, deixou tudo para imigrar. Tenho muitas dúvidas quanto a isso... A maior virtude que coloco em minha mãe é a fortaleza. Ter 15 filhos, levar comida na roça para meu pai, preocupar-se com a educação dos filhos e sua formação, a ponto de tratar com um mestre de obras para empregar um dos meus irmãos que não queria nada com a dureza e arcar com o seu salário, passado, na surdina, a quem iria pagá-lo? Só uma mãe muito bem intencionada faz isso!Além dos trabalhos da casa ela plantava uma horta para ter verduras fresquinhas e alimentar bem a família. Era carinhosa, mas exigente com os filhos, encaminhando-os para o estudo, trabalho e religião. Dessa virtude exigente veio a pecha de que era muito brava. Tinha que ser, né? Parir 15 filhos, criar 13, sem ajudante que não fossem os filhos mais crescidos, faz qualquer pessoa brava... Mas o seu coração era sensivel demais. Podia ser exigente, mas sabia agradar e curar, cuidar, alimentar, não só os de casa, mas os amigos também. Quantas vezes fiquei doente e ela me cuidou, como também cuidou de muitos netos.Lembro-me de seu desespero quando um neto caiu e quebrou um braço, em sua casa. Tinha uma formação religiosa profunda e não descansava com os filhos e netos enquanto não soubessem recitar as orações mais simples e a Salve Rainha. Essa era a sua predileta. Quando mais velha, já aos meus cuidados, se ficava doente, tornava-se mansa que nem um cordeirinho. Quando começava a fazer exigências e reclamações, eu me queixava a um dos irmãos, que me consolava dizendo: “Que bom, está sarando!”E era verdade. Ninguém conseguia segurá-la no leito quando já estava boa. Tinha em seu quarto latas de biscoitos e balas para distribuir aos netos e visitas, além de alguns trocados para dar a quem estivesse precisando, principalmente aos mendigos. Todos os descendentes se lembram sempre de sua braveza e apelidam alguns que puxam à ela de Pepinha (são sempre do sexo feminino), mas se esquecem de dizer também que era justa na sua braveza e tinha o coração do tamanho da necessidade de quem precisasse dela. E como isso era edificante! Morreu às seis horas da tarde, recitando comigo as Ave Marias e Salve Rainha.
Debaixo da carreta
Debaixo da carreta, um capacete...
Rita Seda
A manhã ainda estava começando mas prometia! Fazíamos nossa caminhada diária que sempre acontece pela manhã.Não tão cedo, pois tivemos uma longa vida para nos preparar para desacelerar... Devagar também se chega lá!
Vamos pela calçada da beira do rio Sapucaí, que tem estado sempre bem varrida, grama cortada, árvores tratadas, muitas aves voando, cantando ou apenas enfeitando o panorama e algumas, grandes, não sei o nome, rodeando os pescadores à espera de algum peixinho para o seu desjejum... Ao passar no fundo do Super Mercado, local onde os fornecedores descarregam suas mercadorias, notamos um corre-corre, atrás de uma carreta. Havia outros veículos parados, inclusive moto; logo chegou a policia e uma voz de mulher se sobressaía gritando que nada roubara. Pelas palavras dela (não a enxergávamos) percebemos que estava mostrando sua bolsa aberta para provar que nada roubara. De onde estávamos vimos um capacete debaixo da carreta. Ivon deu o alarme e logo um policial foi até lá. Pensei: o que poderá estar escondido num capacete? Não cabe nada... Realmente, nele não havia nada mesmo... Mas, foi aí que as ladras se ferraram, pois tinham escondido o produto do roubo em algumas partes inferiores da carreta. Que ligeireza, que imaginação! Como entrar num local tão baixo, esconder os produtos e sair sem serem vistas? Mas o capacete! Deu bobeira, foi provada a má conduta de sua dona. Saímos de fininho, afinal, mal começáramos a caminhada... Não as vimos e nem elas nos viram. Nem ficamos sabendo o que aconteceu depois. É incrível como os “amigos do alheio” têm a capacidade de bolar planos estratégicos para lançar mão do que não é seu. Se usassem da inteligência para estudar e trabalhar não viveriam muito melhor? Trabalhar cansa! devem pensar. O que lhes faltou, sem dúvida, foi alguém que lhes impusesse limites e respeito, conhecimento de Deus e da vida como é e não como queremos que ela seja.
Rita Seda
A manhã ainda estava começando mas prometia! Fazíamos nossa caminhada diária que sempre acontece pela manhã.Não tão cedo, pois tivemos uma longa vida para nos preparar para desacelerar... Devagar também se chega lá!
Vamos pela calçada da beira do rio Sapucaí, que tem estado sempre bem varrida, grama cortada, árvores tratadas, muitas aves voando, cantando ou apenas enfeitando o panorama e algumas, grandes, não sei o nome, rodeando os pescadores à espera de algum peixinho para o seu desjejum... Ao passar no fundo do Super Mercado, local onde os fornecedores descarregam suas mercadorias, notamos um corre-corre, atrás de uma carreta. Havia outros veículos parados, inclusive moto; logo chegou a policia e uma voz de mulher se sobressaía gritando que nada roubara. Pelas palavras dela (não a enxergávamos) percebemos que estava mostrando sua bolsa aberta para provar que nada roubara. De onde estávamos vimos um capacete debaixo da carreta. Ivon deu o alarme e logo um policial foi até lá. Pensei: o que poderá estar escondido num capacete? Não cabe nada... Realmente, nele não havia nada mesmo... Mas, foi aí que as ladras se ferraram, pois tinham escondido o produto do roubo em algumas partes inferiores da carreta. Que ligeireza, que imaginação! Como entrar num local tão baixo, esconder os produtos e sair sem serem vistas? Mas o capacete! Deu bobeira, foi provada a má conduta de sua dona. Saímos de fininho, afinal, mal começáramos a caminhada... Não as vimos e nem elas nos viram. Nem ficamos sabendo o que aconteceu depois. É incrível como os “amigos do alheio” têm a capacidade de bolar planos estratégicos para lançar mão do que não é seu. Se usassem da inteligência para estudar e trabalhar não viveriam muito melhor? Trabalhar cansa! devem pensar. O que lhes faltou, sem dúvida, foi alguém que lhes impusesse limites e respeito, conhecimento de Deus e da vida como é e não como queremos que ela seja.
cabelos
Cabelos
Rita Seda
Invenção maravilhosa é a fotografia. Através dela podemos rever o passado. Hoje estava vendo umas fotos antigas, da minha família e deparei com uma interessante: eu, vestida de anjo, sobre uma cadeira. Já viu que era bem pequena... O vestido comprido, bordado, as mãos postas, bem comportadas, os olhinhos brilhantes,como se alegres estrelinhas estivessem neles boiando! Mas nada disso prendeu minha atenção. Chamou e prendeu minha atenção o meu cabelo. Liso e escorrido... Apelidaram meus cabelos de beira de rancho. Tinham razão. Era tal e qual. Depois que passa a gente acha graça e naquele tempo eu nem ligava... não tinha consciência daquilo! Crescendo, fui criando em mim a tal “ crítica” e procurei ajeitá-lo como podia. Às vezes minha irmãs faziam uns papelotes, deixava-o todo arrebitado, pior a emenda... Com o tempo deixei crescer a franja e o tamanho foi se igualando... até que na adolescência tive os cabelos compridos, de um castanho acobreado, que me deixaram feliz. Um dia minha professora elogiou a sua cor, seu brilho, foi uma massagem no meu ego. Que bom! Meus cabelos não me envergonhavam mais. Minhas irmãs e todas as moças da época faziam ondulação permanente, com dona Carmélia, uma senhora de Careaçu, que morava perto de nós. Eta cheiro desagradável... Nunca tive coragem. Cortar os cabelos e fazer permanente? Nem morta... Aprendi a fazer um xampu para lavá-los e dar-lhes mais brilho ainda. Levava gema de ovo e sabão de coco. Eu conservava minhas tranças ou os usava soltos, às vezes colocava uma travessinha. Os anos passaram, lecionei, me casei, tive meus filhos e que trabalheira aquele cabelo comprido me dava! Não tinha mais tempo para cuidá-los. Lá pelos meus 40 anos fui criando coragem , cortei e guardei as tranças.Estão lá, na gaveta do armário do banheiro! Era o tempo em que os cabeleireiros punham bob na cabeça da gente, nos colocavam no secador e depois desfiavam. Moda é moda e entrei nessa. Por pouco tempo, pois notei que umas amigas estavam ficando com os cabelos ralos, dando para enxergar o couro cabeludo. Refleti bem, não queria me ver careca... Foi então que encontrei uma pessoa, casada na família do Ivon,bem mais moça do que eu com um cabelo cortado bem curtinho e me encantei. Elogiei e ela me disse: - Para este corte é preciso ter um rosto perfeito! Realmente ela era muito graciosa. Mas, com rosto perfeito ou não, mandei brasa, isto é, mandei passar a tesoura no meu. Nos primeiros dias estranhei, mas nunca mais mudei. Ficaram cinza, meio raposados, não liguei. Deram de ficar rebeldes, de cair,diminuir de volume. Encabulei um pouquinho, mas que fazer? É a vida... Nestes dias vi o rei Roberto, numa gravação. Seus cabelos, despojados, estavam iguais ou piores do que os meus. Aí pensei, se ele pode, eu também... Não sou rainha mas tenho a minha dignidade de ter os cabelos de uma pessoa da idade que tenho sem sofrer! Obrigada, Roberto! Você, além de cantar tão bem, ainda dá lições de vida na gente... Voltei ao tempo de “anjo”: só falta a beira de rancho!
Rita Seda
Invenção maravilhosa é a fotografia. Através dela podemos rever o passado. Hoje estava vendo umas fotos antigas, da minha família e deparei com uma interessante: eu, vestida de anjo, sobre uma cadeira. Já viu que era bem pequena... O vestido comprido, bordado, as mãos postas, bem comportadas, os olhinhos brilhantes,como se alegres estrelinhas estivessem neles boiando! Mas nada disso prendeu minha atenção. Chamou e prendeu minha atenção o meu cabelo. Liso e escorrido... Apelidaram meus cabelos de beira de rancho. Tinham razão. Era tal e qual. Depois que passa a gente acha graça e naquele tempo eu nem ligava... não tinha consciência daquilo! Crescendo, fui criando em mim a tal “ crítica” e procurei ajeitá-lo como podia. Às vezes minha irmãs faziam uns papelotes, deixava-o todo arrebitado, pior a emenda... Com o tempo deixei crescer a franja e o tamanho foi se igualando... até que na adolescência tive os cabelos compridos, de um castanho acobreado, que me deixaram feliz. Um dia minha professora elogiou a sua cor, seu brilho, foi uma massagem no meu ego. Que bom! Meus cabelos não me envergonhavam mais. Minhas irmãs e todas as moças da época faziam ondulação permanente, com dona Carmélia, uma senhora de Careaçu, que morava perto de nós. Eta cheiro desagradável... Nunca tive coragem. Cortar os cabelos e fazer permanente? Nem morta... Aprendi a fazer um xampu para lavá-los e dar-lhes mais brilho ainda. Levava gema de ovo e sabão de coco. Eu conservava minhas tranças ou os usava soltos, às vezes colocava uma travessinha. Os anos passaram, lecionei, me casei, tive meus filhos e que trabalheira aquele cabelo comprido me dava! Não tinha mais tempo para cuidá-los. Lá pelos meus 40 anos fui criando coragem , cortei e guardei as tranças.Estão lá, na gaveta do armário do banheiro! Era o tempo em que os cabeleireiros punham bob na cabeça da gente, nos colocavam no secador e depois desfiavam. Moda é moda e entrei nessa. Por pouco tempo, pois notei que umas amigas estavam ficando com os cabelos ralos, dando para enxergar o couro cabeludo. Refleti bem, não queria me ver careca... Foi então que encontrei uma pessoa, casada na família do Ivon,bem mais moça do que eu com um cabelo cortado bem curtinho e me encantei. Elogiei e ela me disse: - Para este corte é preciso ter um rosto perfeito! Realmente ela era muito graciosa. Mas, com rosto perfeito ou não, mandei brasa, isto é, mandei passar a tesoura no meu. Nos primeiros dias estranhei, mas nunca mais mudei. Ficaram cinza, meio raposados, não liguei. Deram de ficar rebeldes, de cair,diminuir de volume. Encabulei um pouquinho, mas que fazer? É a vida... Nestes dias vi o rei Roberto, numa gravação. Seus cabelos, despojados, estavam iguais ou piores do que os meus. Aí pensei, se ele pode, eu também... Não sou rainha mas tenho a minha dignidade de ter os cabelos de uma pessoa da idade que tenho sem sofrer! Obrigada, Roberto! Você, além de cantar tão bem, ainda dá lições de vida na gente... Voltei ao tempo de “anjo”: só falta a beira de rancho!
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