9 de dezembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Deu a louca no clima

Estamos mofando com tanta chuva... Sol! Onde escondeste? Vem salvar nosso planeta que sofre tanto pela tua falta! As frutas estão caindo, apodrecendo, os campos alagados e as plantações mortas. Vem, sol!


Deu a louca no tempo


Rita Seda



Nunca se viu tanta catástrofe provocada pelas chuvas. Elas sempre foram benvindas. Quando faltavam, a gente fazia procissão e orava ao pé da cruz pedindo que chovesse. Quem não conhece a moda caipira Pingo dágua? Música sentida que expõe perfeitamente o problema de quem vivia da lavoura e sofria com a seca.

De uns tempos para cá as chuvas não estão dando trégua. Precisamos rezar agora pedindo que ela pare de fazer estragos.

Também, pudera! O crescimento desordenado das cidades, aliado ao aumento da população, ao vai e vem dos veículos com seus gases poluentes, ao lixo indevidamente armazenado, sem falar em fatores muito mais agressivos.

O clima foi agredido e quem mais sofre, no Brasil, são as famílias que são obrigadas a construir seus barracos nas proximidades das encostas ou pendurados nelas.

Quando vi as enchentes em Santa Catarina até me consolei pelos danos causados por aquela que no ano dois mil nos fez sofrer tanto.

Lembro-me que em Belém do Pará a vida do povo tinha íntima ligação com a chuva que caía invariavelmente em certa hora da tarde. Depois (ou antes) da chuva resolveremos tal compromisso, era assim que se marcava...

Eram célebres as enchentes das goiabas em nossa região e a música Águas de Março ficou na história. Agora? Acabou-se a certeza do tempo. Não há mais estação definida. Temos que ficar é de olho vivo para não sermos pegos desprevenidos pelo perigo que cai do céu!

Quem inventou de calçar ruas com asfalto fez muito mal. Impermeabiliza o solo e lá vem enchente! Sem falar do asfalto realizado com miséria de material que está constantemente se abrindo em crateras.

Não mais podemos ter árvores enfeitando e refrescando a cidade, pois quando a chuva vem com vento forte arranca-as fazendo aquele estrago que aqui vimos ano passado. Além do mais não são plantadas com conhecimento do assunto e suas raízes levantam o solo provocando rachaduras, tirando a beleza das ruas e praças, expondo-nos ao perigo.

Tem conserto? Vai depender das atitudes inversas àquelas que trouxeram os problemas. Se os interesses econômicos dos governantes continuarem a falar mais alto do que a razão, não podemos ter esperança. Mas esperemos milagres... eles acontecem!