5 de outubro de 2012 | By: Rita Seda Pinto

Ervas daninhas

Ervas daninhas


Rita Seda



-Se ainda não observou, comece a prestar atenção.

-Em que? Nas ervas daninhas!

Aquelas ervas que julgamos não servir para nada, além de tomar o espaço que a gente gostaria de preencher com flores, hortaliças, planta medicinais, tão úteis. Por mais que se arranca pela raiz, as danadinhas voltam a brotar e com mais vigor. Já briguei muito com elas. Até que consegui entender que tudo que Deus criou tem utilidade, pois a Bíblia encerra a narrativa da criação dizendo que Ele olhou para sua obra e viu que tudo era bom. Sendo assim, as ervas daninhas não foram criadas sem objetivo... Daí que comecei a observá-las para tentar entendê-las. Observei um milharal. O milho foi colhido seco e já arrancados os pés. Logo em seguida, apesar da muita seca, onde havia a plantação, vacas já se alimentavam com as ervas que haviam brotado. Não havia chão pelado, tudo estava coberto de verde. Para os animais era alimento, para nós, ervas daninhas. Quem as plantou? Concluí que elas mesmas, trazidas pelo vento, pelos pássaros ou latentes sob o solo, esperando o momento certo de aparecer. Duas utilidades: forrar o solo e alimentar as vacas. Cheguei à conclusão que é mais importante deixar as plantinhas forrando o chão e passar a roçadeira de vez em quando, para cortar os galhos mais altos, mas proteger o solo, além de concorrer para a cadeia alimentar. Penso que as formigas, lagartas e outros bichinhos atacam as plantas que gostamos porque não deixamos viver as plantas que existem para o seu alimento. Na horta ou no jardim, quando as daninhas teimam em disputar o lugar com as plantas que nos interessam, é compreensível erradicá-las. Cada coisa no seu lugar. Saibamos viver e deixar viver. Uma curiosidade: aprendi que a “tiririca”, gramínea que enfeia os gramados, batida no liquidificador com água é um excelente agente de germinação. Experimente! E nunca mais falará mal dela... E salve setembro, mês da primavera!

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