23 de setembro de 2009 | By: Rita Seda Pinto

Transparência

Transparência
Rita Seda


Sempre tive comigo uma filosofia de vida: ser transparente. Existe um ditado popular que diz:”Prefiro ficar vermelho um minuto do que roxo o resto da minha vida.” É nele que sempre me baseei. Não sabia bem o que é mais difícil, guardar as mágoas num compartimento sem chaves, do coração, ou resolvê-las na hora. Eu optei pela segunda. Se for para mostrar minha decepção eu mostro, se for para pedir esclarecimento eu peço, se for para pedir perdão eu peço.
Considero que é o melhor para mim, para dar-me a paz de consciência, que preciso, para continuar na presença de Deus, não ter que lutar para esconder-me dele, quando tenho mágoa ou vergonha. Ele vê tudo, é certo, mas tenho que ter um diálogo franco para que possa estar em paz quando me lembro que Ele me percebe sempre.
Se for preciso chorar eu choro, se é hora de rir eu rio,
Se precisar falar uma verdade eu falo e se for hora de ouvir uma reprimenda eu procuro ouvir e vestir a carapuça, como mamãe me ensinou. Afinal, por mais que a gente queira ser correta, sempre comete algum deslize.
O que considero burrice das grandes é guardar um sentimento e ficar acalentando o mesmo naquela gavetinha sem chave, acumulando mais dor, até que ali não caiba mais e então, sair distribuindo bordoadas sem sentido, por algo que não ficou esclarecido. Ressuscitar sentimentos não é o meu forte. Vivo cada momento com sinceridade e em intensidade, para que não venha a fazer mal a mim e a outros.
Mesmo assim, o coração é uma caixinha de surpresas e ainda posso, em conseqüência de uma reflexão mais detalhada, numa sessão de análise, ou diante de um fato novo, sofrer uma reação indesejada. Fico imaginando como seria minha velhice se eu deixasse todos os acontecimentos da minha vida sem solução na hora. Eu certamente viraria um bicho!

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